Nada de mudar sem lenço e sem documento

Malas, malas e mais malas. Vamos mesmo. E agora, José?
Bem, não acredito que se decida morar em outro país de uma hora para a outra. Acredito que tudo isso seja um processo. Você vai pegando desgosto do país onde mora, ou do seu trabalho, ou quer fugir de um amor não correspondido, ou quer uma chance de viajar pelo mundo… enfim, eu acredito que mudar de país seja um processo que começa com uma sementinha bem pequena. Uma fotografia de algum lugar, uma visita que você fez, uma viagem inesquecível num verão maluco, o medo da violência, o desejo de uma educação melhor para os filhos e por aí vai.
Então aquela sementinha começa a germinar e, em certo ponto, você começa a tomar providências. E, como eu passei por esse processo, sei que uma das providências é justamente essa: buscar o depoimento de pessoas que tenham atravessado esse caminho. Por isso vou te contar por onde comecei.

O início

Grana. Esse é o problema e também a solução. Para quem não tem, o jeito é fincar bem os pés no chão, não desistir do projeto e se capitalizar. Talvez você tenha que comer poeira por um tempo…mas isso também dirá muito sobre o seu propósito. É isso mesmo que você quer? Está disposto a deixar de lado o drink ou a “breja” do final de semana durante um tempo, fazer hora extra, fazer um bazar com os itens da sua vida que você não usa? Está disposto a virar canguinha e economizar cada centavo que puder em nome da realização do seu projeto de mudança? Bem, vale o pensamento sobre o tema.

Já para quem tem dinheiro suficiente para não precisar se apertar de nenhum modo, nem por isso deixa de ser imprescindível o planejamento. Porque nem sempre o dinheiro está líquido… de repente, pode ser necessário vender alguns bens, largar um emprego dos sonhos, aquele com plano de saúde e benefícios – ou mesmo rever investimentos, matrículas em cursos, armazenamento de seus objetos.

Então, o meu primeiro passo, e acho que o primeiro passo fundamental para quem quer de fato se PLANEJAR para uma mudança desse talante, é fazer uma análise sincera e minuciosa de sua situação financeira, aliada a uma análise de custos que tem aqui e que terá lá. Um comparativo mesmo, para estabelecer uma cifra para uma reserva financeira e, assim, poder viajar com o mínimo de segurança.

O meio

Feito esse planejamento, começa a parte prática. E, sim, planejamento é tudo e eu posso provar!
Tudo começa pelo visto. Você tem cidadania europeia, tem visto de trabalho, vai com intenção de trabalho, vai a estudos, já está matriculado? Esse é o primeiro passo prático: você precisa definir como entrará no país e como permanecerá legalmente – afinal, você não está indo para ter uma vida pior e viver nas sombras, certo?

Pesquise, leia tutoriais, acesse as demais matérias de nosso site, nossa página no Instagram (@vemdescobrirportugal), entre em contato com nossa assessoria ou contrate outra assessoria, um advogado de sua confiança (mesmo que não seja eu 😊), faça um curso para viajantes, mas vá com absolutamente toda a sua documentação em ordem.

Se com a documentação em ordem imprevistos acontecem, imagine se estiver ilegalmente, sem dinheiro, sem trabalho, sem eira nem beira?

Documentação em mãos, partimos para a parte seguinte. Encerrar (ou virgular) sua vida no seu país de origem. Isso inclui saber o que você fará com tudo aquilo que acumulamos durante nossa jornada: casa, carro, moto, móveis, eletrodomésticos, roupas, sapatos, documentos, fotografias e a lista vai ao infinito e além.

Por isso já falei mesmo a palavra mágica: faça uma LISTA de tudo que precisará organizar até sua partida.
Na minha lista, por exemplo, estava incluído fazer a digitalização de praticamente todos os meus documentos. Desde escrituras até anotações pessoais, muita coisa que talvez eu não precise, mas muita coisa que eu posso precisar logo logo…
Claro, cada pessoa tem sua formas de organizar sua vida civil, mas a verdade é que organizar sem documentos e sem anotações é para vocês, seres iluminados que guardam tudo em suas privilegiadas memórias e não precisam de uma mísera agenda. Ou acham que não precisam.
Falo com a boca cheia, porque sou casada com desses seres que se entendem iluminados pela memória absoluta. Só que não. Não são iluminados e, ainda que fossem, isso não os dispensaria de ter…documentos 😊
Então, como sua futura advogada, amiga e compatriota, advirto: você vai esquecer de coisas imprescindíveis como…sua caderneta de vacinação. Devidamente atualizada no papel, com Apostilamento de Haia e com atualização pelo site oficial da saúde no Brasil. Você vai esquecer de coisas como preparar uma lista de medicamentos que alguém da sua família faz uso contínuo e mandar por email para todos, ou, algo ainda mais importante, deixar uma procuração com alguém de sua confiança caso algum rabicho seu no seu país de origem apite e necessite da sua intervenção, quando você estará…lá.

Na sua lista podem estar incluídos os trâmites com a viagem de seu pet, a transferência de algum tratamento de saúde, uma belíssima casa à beira-mar (se for, me convide!) ou, sei lá, guardar em algum lugar seguro a louça que era da casa de sua avó.
E, se como eu, você não vai partir com tudo, e vai deixar parte de sua vida no país de origem, seja por trabalho, viagens constantes ou qualquer outro motivo, você ainda terá uma dupla preocupação… pois terá que pensar em organizar sua vida aqui e acolá.

No meu caso, terei meu escritório funcionando em dois países, ações em dois países, trabalhos em dois países, casa em dois países. Então, precisei me preocupar com coisas inimagináveis como, por exemplo, digitalizar fichas de atendimento antigas, armazenar cosméticos ainda válidos e…comprar antimofo no atacado.

Chegando perto…enfim…

O passo final, caso, como eu, você a princípio vá para um imóvel locado, é providenciar seu contrato de aluguel, que lá é chamado de “arrendamento”. A não ser, é claro, que você esteja disposto a ficar hospedado temporariamente num hotel, enquanto corre atrás disso ao vivo e a cores.
Eu desaconselho. Sobretudo se você estiver amparado por uma assessoria, como a do Vem Descobrir Portugal ou outra empresa idônea, pois não existe melhor tranquilidade de ir já com seu imóvel providenciado.
Só que, como o mercado imobiliário português está disputadíssimo, de fato não adianta pensar em resolver isso seis meses antes da viagem… pense em alocar essa resolução em 60 a 30 dias antes da viagem. E explico porquê.

Sendo um mercado disputadíssimo, você não vai conseguir proprietários que concordem em “reservar” o imóvel para você, por força de seus lindos olhos multicoloridos. Logo, salvo na hipótese de você concordar em pagar alugueres sem ainda estar residindo no imóvel, sua opção será deixar isso para um prazo menos dilatado.

E a satisfação…

Feito isso, eu te prometo que terá uma inigualável satisfação ao riscar itens da sua lista, que numa viagem insana e sem planejamento você jamais pensaria, mas que tomou o cuidado de anotar e preparar.
Viajar com sensação de segurança é algo perto de correr para um abraço. Como fazer uma prova de algo que você domina de trás para frente. A chance de dar certo é mil vezes maior do que se você não se planejar.
Lógico que os perrengues ainda podem dar o ar da graça. Desde problemas inimagináveis até mesmo xenofobia, rusgas, vizinhos barulhentos, saudades do agito de sua cidade grande ou…simplesmente… saudade.
Mas tudo fica mais fácil de ultrapassar se você não estiver enrolado por falta de planejamento, né?!

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